quinta-feira, 14 de maio de 2009

ASPARTAME - ADOÇANTE- CUIDADO

O aspartamo ou aspartame é um aditivo alimentar utilizado para substituir o açúcar comum. Ele tem maior poder de adoçar (cerca de 200 vezes mais doce que a sacarose) e é menos denso. O aspartamo geralmente é vendido junto com outros produtos. É o adoçante mais utilizado em bebidas. É formado quimicamente por (L-fenilalanina e L-aspártico), ligados por um éster de metila (metanol), sendo sua ingestão diária recomendada de 40 mg/kg de peso corpóreo[2]

O aspartamo é consumido por mais de 200 milhões de pessoas, em todo o mundo e está presente em mais de 6000 produtos.[3]

Segundo a nomenclatura Europeia, o aspartamo corresponde ao edulcorante E 951.[4]

A ingestão diária aceitável (ADI) de aspartamo, na Europa, é de 40mg/kg de peso corporal. Nos EUA é de 50mg/kg.[5]

Índice [esconder]
1 Estrutura química
2 Estabilidade
3 Farmacocinética
4 Polêmica
5 Curiosidades
6 Referências
7 Ligações externas



[editar] Estrutura química
Quimicamente, o aspartamo é N-L-alfa-aspartil-L-fenilalanina 1-metilester. É portanto um dipéptido sintético composto pelos aminoácidos aspartato e fenilalanina.[6] Por esta razão, produtos alimentares contendo aspartamo devem mostrar um aviso do tipo "Contém uma fonte de fenilalanina", pois a ingestão excessiva deste aminoácido pode ser prejudicial em indíviduos com fenilcetonúria.


[editar] Estabilidade
O aspartamo é muito estável em ambientes secos, mas sofre degradação em soluções aquosas, quando submetido a um calor prolongado.

O seu grau de degradação em solução aquosa depende do pH, da temperatura, da actividade da água e da composição do produto alimentar.

Só o α-aspartamo é que é doce, logo a degradação tem como consequência a perda de doçura do produto alimentar. O produto é assim rejeitado pelos consumidores. [6] [7]


[editar] Farmacocinética
O aspartamo é metabolizado no tracto gastrointestinal por esterases e peptidases, em três metabolitos: dois aminoácidos, o ácido aspártico (aproximadamente, em 40%) e a fenilalanina (aproximadamente, em 50 %) e em metanol (aproximadamente, em 10%).

A metabolização dos três componentes parece ser idêntica àquela que se verifica quando são ingeridos individualmente.

A metabolização deste edulcorante providencia, aproximadamente, 4 kcal/g de energia. No entanto, esta contribuição energética é negligenciável, uma vez que as quantidades de edulcorante adicionadas aos alimentos são muito pequenas devido ao seu potente poder adoçante. [6] [7]


[editar] Polêmica
Existe uma polêmica quanto aos seus possíveis efeitos maléficos na saúde humana. Existem até hoje diversos estudos contraditórios sobre a segurança no consumo de aspartamo. É considerado por alguns uma neurotoxina (mata neurônios) e também como carcinogênico (provoca câncer).

A Fundação Européia de Oncologia e Ciências do Meio Ambiente B. Ramazzini, instalada em Bolonha, Itália, anunciou que os resultados de um estudo feito com 1.800 ratos "mostram pela primeira vez que o aspartamo é um agente cancerígeno".[8]

"A substância é capaz de provocar linfomas e leucemia em ratos, mesmo quando administrada em doses muito parecidas com a dose diária admitida para o homem", diz o instituto em um comunicado.

"O estudo gera novas dúvidas sobre os vínculos em potencial entre a exposição ao aspartamo e o câncer, embora confirme a ausência de ligação entre o aspartamo e tumores cerebrais", destacou a Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Alimentos (AFSSA).

"Estes resultados preliminares ainda devem ser confirmados antes que a Autoridade Européia de Segurança Alimentar (EFSA) faça uma reavaliação dos riscos ligados ao aspartame", diz o comunicado da AFSSA.

A EFSA divulgou a 4 de maio de 2006 um parecer sobre este estudo.[9] Este considera que os resultados apresentados eram consistentes com a existência de doença respiratória crônica na colônia de animais usados para o teste, e que o nível de tumores apresentado não pode ser considerado na sua totalidade, já que determinados tumores eram compatíveis com efeitos a longo prazo de tratamentos administrados aos animais.

Uma revisão de 2004 da literatura referente ao poder cancerígeno de diferentes adoçantes refuta a perigosidade do aspartamo, ao comparar diversos estudos científicos publicados nos últimos anos.[10]

Magnuson, B. A. et al realizaram um estudo intitulado Aspartame: A Safety Evaluation Based on Current Use Levels, Regulations, and Toxicological and Epidemiological Studies e publicado a 8 de Setembro de 2007, na Critical Reviews in Toxicology.[11] Através de estudos toxicológicos e epidemiológicos, ficou comprovada, mais uma vez, a segurança do aspartamo: "não há evidências que suportem uma associação entre o aspartamo e o cancro", do mesmo modo que, "não é suportada a hipótese de que o consumo do aspartamo possa afectar o sistema nervoso central, a aprendizagem ou o comportamento".[6]


[editar] Curiosidades
Ao contrário da sacarose, os edulcorantes não contribuem para o desenvolvimento de cáries dentárias. [12][13]

O aspartamo não afecta a resposta glicémica em indivíduos normais nem em indivíduos com diabetes, assim como não afecta o controlo metabólico nem a libertação de insulina.[6]

Os estudos vão ainda mais longe, admitindo que o uso do aspartamo é seguro por diabéticos, incluindo aqueles com falência renal crónica.[6]

Quando adicionado a um programa multidisciplinar de gestão de peso, o aspartamo, além de favorecer a variedade e a palatabilidade da dieta, pode ser um instrumento eficaz na gestão do peso corporal, a longo prazo.[6][13]


Referências
↑ Merck Index, 11th Edition, 861.
↑ ANVISA. Considerações sobre o Uso do Edulcorante Aspartame em Alimentos. Acesso em 30 de abril de 2009.
↑ http://www.aspartame.org Aspartame Information Center
↑ http://www.asae.pt Autoridade de Segurança Alimentar e Económica
↑ SCF (2002); Opinion of the Scientific Committee on Food: Update on the Safety of Aspartame.
↑ 6,0 6,1 6,2 6,3 6,4 6,5 6,6 Magnuson, B. A.; Burdock, G. A.; Doull, J.; Kroes, R. M.; Marsh, G. M.; Pariza, M.W.; Spencer, P. S.; Waddell, W. J.; Walker, R.; Williams, G. M.; (2007) Aspartame: A Safety Evaluation Based on Current Use Levels, Regulations, and Toxicological and Epidemiological Studies; Critical Reviews in Toxicology, 37:629–727.
↑ 7,0 7,1 http://www.toxnet.nlm.nih.gov ToxNet
↑ http://www.ramazzini.it
↑ http://www.efsa.europa.eu/science/afc/afc_opinions/1471_en.html
↑ http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=pubmed&cmd=Retrieve&dopt=Abstract&list_uids=15367404&query_hl=1&itool=pubmed_docsum
↑ http://www.tandf.co.uk/journals/titles/10408444.asp
↑ BMJ (2004); Aspartame and its effects on health; 329:755-756
↑ 13,0 13,1 Gougeon, R., Spidel, M., Lee, K., and Field, C.J. (2004). Canadian diabetes association national nutrition committee technical review: Non-nutritive intense sweeteners in diabetes management. Canadian Journal of Diabetes 28:385 399.

[editar] Ligações externas
Anvisa, sobre o aspartame
Aspartame Information Center
Aspartame Information Service
Aspartame Archives
Aspartame -- American Council on Science and Health
Sugar Substitutes (U.S. FDA web page)
Update on Aspartame Safety; EC Scientific Committee on Food (263 KB PDF)
Aspartame and the Internet
Documentário sobre o Aspartame no IMDB - "Sweet Misery: a Poisoned World"

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